Emoções, do rei Roberto Carlos, volta ao mercado

Incorporadora que tem Roberto Carlos como um dos sócios estima lançamentos de R$ 420 milhões, com parcela própria de R$ 254 milhões

 

Por Chiara Quintão — De São Paulo
30/10/2019 05h01 · Atualizado

Bira Guimarães (esq.) e Jaime Sirena administram juntos a incorporadora que tem Roberto Carlos como um dos sócios; plano é lançar VGV de R$ 420 milhões — Foto: Claudio Belli/Valor

Com o reaquecimento do mercado imobiliário destinado aos segmentos médio e alto, a queda da taxa de juros e a expectativa de retomada do crescimento econômico a partir de 2020, a Emoções Incorporadora – da qual o cantor e compositor Roberto Carlos é um dos sócios – pretende retomar seus lançamentos. O plano é apresentar, anualmente, pelo menos três projetos ao mercado. O Valor Geral de Vendas (VGV) total previsto para os três projetos do próximo ano é de R$ 420 milhões, com parcela própria de R$ 254 milhões.

Roberto Carlos detém 30% da Emoções e seu empresário, Dody Sirena, outros 30%. Já o amigo Bira Guimarães, que juntamente com a família Senna foi um dos responsáveis por trazer a Audi para o Brasil também tem 30%, e Jaime Sirena – irmão de Dody -, os demais 10%. Guimarães e Jaime administram juntos a Emoções.

Todos os anos, são realizadas três ou quatro reuniões entre Roberto Carlos e os gestores para conversar sobre a Emoções, mas o cantor demonstrou, há duas semanas, “interesse em participar um pouco mais”, segundo Jaime Sirena. “Se ele não fosse cantor e compositor, seria arquiteto”, diz. Guimarães ressalta que Roberto Carlos empresta sua credibilidade aos lançamentos. “Quem compra sabe que não vai ser enganado nunca”, afirma Guimarães.

Em geral, os empreendimentos destinados ao alto padrão e dos quais a Emoções é majoritária levam a marca Horizontes associada ao nome do local, têm a presença de Roberto Carlos no lançamento e gestão condominial feita por empresa homologada pela incorporadora. É o caso do Horizontes JK, lançado em 2014, localizado na avenida Juscelino Kubitschek, na zona Sul de São Paulo, edifício com referências ao rei, como a predominância das cores azul e branco na decoração.

Desde sua criação, em 2011, a Emoções lançou R$ 1,1 bilhão. Em 2016 e 2017, a incorporadora não apresentou projetos e direcionou seus esforços para a venda de estoques. Atualmente, há 200 unidades em estoque, das 1500 já lançadas. No ano passado, foi feito um lançamento, em Goiânia, com VGV de R$ 200 milhões, do qual a empresa tem fatia de 40%. As vendas desse projeto chegam a 60%

A expectativa inicial era que os projetos a serem apresentados em 2020 fossem lançados neste ano, mas os prazos maiores do que os esperados para a obtenção de licenças levaram à postergação dos empreendimentos.

Dois dos três lançamentos de 2020 serão desenvolvidos na capital paulista, com VGV de R$ 160 milhões, cada. Um deles, residencial de altíssimo padrão e propriedade somente da Emoções, será desenvolvido na Hélio Pelegrino, e o outro, residencial de alto padrão e comercial, e do qual a empresa tem 40%, erguido na Vila Madalena. O preço médio previsto para o metro quadrado das unidades da Hélio Pellegrino é de R$ 24 mil e, da Vila Madalena, de R$ 13 mil a R$ 14 mil. A Emoções terá 30% do terceiro projeto a ser apresentado no próximo ano, um residencial de médio padrão em Aracaju.

Segundo Jaime Sirena, a incorporadora está avaliando terrenos nos bairros paulistanos da Vila Mariana, Itaim Bibi e Brooklin e em Campinas, que possibilitam desenvolvimento de projetos a partir do médio padrão.

Fonte: Valor Econômico